As questões ambientais continuam no centro das preocupações políticas, sociais e científicas, como mostraram a Conferência Rio +20 e a publicação do quinto relatório do IPCC. Elas são, mais ainda no Brasil, onde as transformações foram particularmente espetaculares durante os últimos trinta anos: desmatamento, urbanização, revolução verde, exploração dos recursos minerais ou hidrológicos, os quais modificaram as paisagens e as relações entre as sociedades e seu ambiente. Em algumas regiões a pressão antrópica é tão significativa que coloca, de maneira drástica, a sustentabilidade dos modelos de desenvolvimento.
Estas mudanças recentes foram acompanhadas pelo surgimento de técnicas de observação espaciais (sensoriamento remoto) e por instrumentos de gestão territorial, especialmente os Sistemas de Informação Geográfica. Numerosos programas de pesquisa mostraram suas potencialidades, especialmente pelo monitoramento das interações natureza-sociedade. Entretanto, a contribuição real destas novas tecnologias raramente foi objeto de estudos comparativos entre espaços diferentes: em que eles permitem uma melhor compreensão dos processos físicos e/ou antrópicos? De que maneira eles podem contribuir de maneira eficaz à uma gestão sustentável dos territórios (gestão dos riscos, adaptação às mudanças climáticas, etc.)?
A intensa parceria de aproximadamente trinta anos com o Brasil (impulsionada especialmente por Robert Bariou), estimula a equipe do LETG-Rennes-COSTEL a reunir um amplo leque de pesquisadores franceses, brasileiros e do mundo todo para debater estas importantes questões científicas.
Vincent Dubreuil & Neli Ap. de Mello-Théry